O Cazaquistão pediu à União Europeia que acelere a execução de um pacote de investimentos de €10 bilhões em infraestrutura na Ásia Central, advertindo que a lentidão burocrática pode fazer a região perder uma janela estratégica de oportunidades em comércio, energia e logística entre Europa e Ásia.
Astana cobra mais rapidez de Bruxelas
Em discurso em Bruxelas, o embaixador cazaque junto à União Europeia e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Roman Vassilenko, defendeu que o bloco e suas instituições financeiras deixem a fase de estudos e avancem para obras concretas com base em um relatório do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) apresentado em 2023, que mapeou sete medidas de “conectividade suave” e 33 projetos de infraestrutura física para toda a região. O estudo embasou o compromisso europeu de mobilizar €10 bilhões para desenvolver corredores de transporte, logística e energia na Ásia Central, mas até agora apenas uma fração desse montante se materializou em contratos assinados.
De acordo com Vassilenko, a demanda do mercado já existe e o desafio agora é transformar promessas em projetos no terreno antes que a demora em análises e trâmites faça a região perder competitividade.
Roman Vassilenko, em evento no Brussels Europe Press Club
Parceria de uma década e aposta em corredores estratégicos
O apelo ocorre no momento em que Cazaquistão e União Europeia celebram dez anos do Acordo de Parceria e Cooperação Reforçada, assinado em dezembro de 2015 e em vigor há cinco anos, que ampliou a cooperação para 29 áreas, incluindo comércio, matérias-primas críticas, energia, clima e segurança regional. A embaixadora da UE em Astana, Aleška Simkić, e especialistas como Vitaly Sitenko lembram que o Cazaquistão foi o primeiro país da Ásia Central a firmar esse modelo de acordo, hoje replicado por Quirguistão e Uzbequistão, e que a relação evoluiu de um diálogo político básico para um eixo estratégico com cúpulas regulares e coordenação sobre cadeias de suprimento.
Representantes europeus destacam que o país se tornou o principal parceiro da UE na região, concentrando cerca de 90% do comércio do bloco com a Ásia Central e recebendo investimentos acumulados de aproximadamente €173 bilhões em três décadas, o que corresponde a metade do investimento estrangeiro direto no país.
Aleška Simkić e dados oficiais da União Europeia
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Data original da publicação: 04/12/2025
