Em um movimento que consolida a confiança no potencial do pré-sal brasileiro, Petrobras e Shell arremataram áreas não contratadas nos campos de Mero e Atapu, na Bacia de Santos, com investimentos totais de R$ 8,8 bilhões. O leilão inédito realizado pela Pré-Sal Petróleo (PPSA) no dia 3 de dezembro reforça a posição das duas gigantes do setor em uma das regiões mais promissoras para exploração de petróleo e gás no mundo.
Leilão histórico movimenta bilhões no pré-sal
O certame mobilizou recursos significativos, com a Petrobras desembolsando R$ 6,97 bilhões para aumentar sua fatia nos dois campos. A operadora Shell, por sua vez, fortaleceu sua presença ao adquirir participações adicionais, assumindo 20% da aquisição em Mero e 80% em Atapu, conforme previsto em contrato de associação firmado entre as empresas. O valor total arrecadado de R$ 8,8 bilhões foi destinado à União, proprietária das áreas até então não contratadas.
O leilão representa uma novidade na regulação do pré-sal, pois envolveu a venda de participações remanescentes da União em jazidas já em desenvolvimento. A PPSA conduziu o processo na B3, sem concorrência direta, refletindo o interesse estratégico das empresas já estabelecidas na região.
Ampliação de participações em Mero e Atapu
Com a operação, a Petrobras elevou sua participação no campo unitizado de Mero de 38,60% para 41,40%, consolidando sua liderança na área. Em Atapu, a estatal aumentou sua fatia de 65,687% para 66,38%, reforçando o controle sobre um dos principais ativos de produção do pré-sal.
A Shell também ampliou sua presença, passando de 19,3% para 20% em Mero e de 16,663% para 16,917% em Atapu. A aquisição de 26,76% da Área Aberta de Atapu e 20% da Área Aberta de Mero permitiu à operadora estrangeira aumentar sua exposição em ativos de alto desempenho e baixa pegada de carbono, conforme destacado pela empresa.
“O lance vencedor do leilão reforça nossa abordagem disciplinada para ampliar o portfólio da Shell no Brasil. Nossos ativos no Brasil estão entre os mais competitivos em nosso portfólio global, combinando forte desempenho com uma baixa pegada de carbono.”
Peter Costello, Presidente de Upstream da Shell
Estratégia e perspectivas futuras no pré-sal
O investimento ocorre em um momento de otimismo com a produção nacional de petróleo. Em outubro de 2025, a produção da Petrobras cresceu 26,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionando o Brasil a atingir novo recorde de 5,25 milhões de barris de óleo equivalente por dia. O pré-sal responde por parcela crescente disso, tendo alcançado 3,7 milhões de barris por dia no primeiro trimestre de 2025.
A Shell mantém o objetivo de produzir 1,4 milhão de barris de líquidos por dia até 2030, e os ativos brasileiros são fundamentais para essa meta. No campo de Gato do Mato, também na Bacia de Santos, a operadora já tomou decisão de investimento final para desenvolver reservas recuperáveis estimadas em 370 milhões de barris.
O governo brasileiro projeta a instalação de 11 novas plataformas no pré-sal até 2027, com a Petrobras investindo US$ 64 bilhões em exploração e produção no período de 2023-2027. A maior parte dos recursos — 67% — será destinada ao pré-sal, que deve responder por 78% da produção total da estatal até 2027.
Texto elaborado de forma original, com base em informações de agências de notícias e veículos especializados, sem reprodução literal do conteúdo das matérias citadas.
Data original da publicação: 05/12/2025
