O Departamento de Transportes dos Estados Unidos (DOT) e a Administração Federal de Aviação (FAA) anunciaram, nesta quinta-feira, a seleção da Peraton como empresa integradora responsável pela modernização do sistema de controle de tráfego aéreo nacional. A empresa, sediada na Virgínia do Norte, venceu a concorrência contra uma proposta conjunta da Parsons e IBM para liderar uma transformação tecnológica histórica que visa substituir infraestruturas obsoletas e garantir um sistema mais seguro e eficiente para os próximos anos.
Um desafio de proporções sem precedentes
O projeto de modernização, apelidado de “Sistema de Controle de Tráfego Aéreo Totalmente Novo” (BNATCS), constitui uma das iniciativas prioritárias da administração Trump para o setor de aviação. A ambição é clara: entregar um sistema completamente renovado até o final de 2028, substituindo tecnologias e infraestruturas que se encontram significativamente defasadas e que comprometem a eficiência operacional das vias aéreas nacionais.
O orçamento para este empreendimento é substancial, com estimativas que podem atingir até 31,5 bilhões de dólares. Em agosto de 2025, o Congresso já havia aprovado um aporte inicial de aproximadamente 12,5 bilhões de dólares como “investimento inicial” para financiar atualizações de telecomunicações, modernização de radares e consolidação de algumas instalações maiores de controle de tráfego aéreo.
Os números que justificam a urgência
A necessidade desta transformação fica evidenciada por dados alarmantes. Em 2025, o número de minutos de atrasos causados por falhas em equipamentos foi aproximadamente 300% superior à média registrada entre 2010 e 2024. Estes problemas não são meros incômodos operacionais: refletem riscos reais à segurança. O acidente fatal que ocorreu em janeiro entre um avião de passageiros e um helicóptero do Exército próximo ao Aeroporto Nacional Ronald Reagan em Washington catalisou a decisão de acelerar a modernização.
Falhas de equipamento específicas, como a detecção de fiação de cobre defeituosa que causou apagões de radar e comunicações de 90 segundos no Aeroporto Internacional de Newark, exemplificam as fragilidades do sistema atual e reforçam a argumentação para a mudança urgente.
O escopo abrangente da modernização
A transformação será multifacetada, cobrindo cinco categorias principais: comunicações, vigilância, automação, instalações e operações no Alasca. O plano envolve equipar 44 aeroportos com novos radares de substituição de superfície, implementar tecnologia de vigilância de consciência de superfície em 200 terminais, instalar novas ferramentas de gerenciador de dados de voo em 89 aeroportos e construir o primeiro centro consolidado de controle de tráfego de rota aérea desde os anos 1960.
Peraton assume a responsabilidade histórica
Como integradora principal, a Peraton será responsável pelos aspectos técnicos da integração de sistemas e pelos componentes gerenciais de coordenação de subcontratadas e redução de riscos. Segundo declaração de Sean Duffy, Secretário de Transportes, a empresa foi escolhida porque “compartilha a determinação do Presidente Trump em modernizar nossos céus com segurança e em tempo recorde”.
“Hoje, o governo dos Estados Unidos confiou à Peraton uma oportunidade histórica de transformar fundamentalmente o sistema de controle de tráfego aéreo americano, que modernizará nosso espaço aéreo nacional para garantir que permaneça o mais seguro, eficiente e avançado do mundo.”
— Steve Schorer, Presidente e CEO da Peraton
A Peraton, empresa de segurança nacional e tecnologia que foi anteriormente uma divisão da L3Harris, já iniciou trabalhos imediatos com a FAA. O foco é garantir liderança centralizada para que as mudanças aconteçam de forma coordenada e eficaz, mantendo o projeto no cronograma enquanto novas capacidades e tecnologias são implementadas em toda a estrutura de espaço aéreo nacional.
A empresa trará ao projeto sua experiência comprovada em soluções tecnológicas sofisticadas, incluindo inteligência artificial, para desafios complexos e de alto risco enfrentados pela nação. Sua seleção marca um ponto crítico não apenas para o futuro da aviação comercial americana, mas também para a capacidade operacional da FAA em gerenciar o tráfego aéreo de forma mais eficiente durante as próximas décadas.
Texto elaborado de forma original, com base em informações de agências de notícias e veículos especializados, sem reprodução literal do conteúdo das matérias citadas.
Data original da publicação: 04/12/2025