O Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB) e o Banco Mundial anunciaram dois grandes projetos em Fiji e Tonga que estreiam um novo modelo de cofinanciamento voltado a acelerar investimentos em pequenos Estados insulares do Pacífico. A iniciativa combina recursos das duas instituições sob a chamada Full Mutual Reliance Framework, que concentra em um único credor líder todas as etapas de desenho, aprovação e acompanhamento dos projetos. Com isso, os bancos multilaterais pretendem reduzir a burocracia, aliviar a carga administrativa dos governos locais e entregar resultados mais rápidos em áreas críticas como saúde, infraestrutura urbana e resiliência a desastres.
Novo modelo de cofinanciamento busca agilidade
O novo arranjo de cofinanciamento estabelece que, em cada operação, apenas uma das instituições – ADB ou Banco Mundial – atuará como líder, respondendo pelo processo técnico, salvaguardas, supervisão e avaliação, enquanto a outra replica esses parâmetros ao aportar seus recursos. A lógica é que países com equipes reduzidas deixem de negociar requisitos paralelos com múltiplos financiadores e passem a lidar com um único conjunto de regras e prazos, encurtando o tempo entre a concepção de um projeto e a chegada efetiva dos investimentos em campo. Segundo os presidentes Ajay Banga (Banco Mundial) e Masato Kanda (ADB), o modelo é pensado como um “projeto piloto” para transformar a forma como bancos multilaterais colaboram entre si, e já está sendo discutido com outras instituições, como o Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Africano de Desenvolvimento.
Projetos em Fiji e Tonga miram saúde e infraestrutura
O primeiro projeto sob a nova estrutura é o Pacific Healthy Islands Transformation (PHIT), liderado pelo Banco Mundial e estimado em 236,5 milhões de dólares, voltado a modernizar a rede de atenção primária em Fiji e viabilizar um novo hospital regional que também servirá a outros países do Pacífico. A iniciativa tem como foco enfrentar a epidemia de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e doenças cardiovasculares, hoje entre as principais causas de morte na região, por meio da ampliação do acesso a diagnósticos precoces e tratamentos especializados. Em paralelo, o ADB lidera o projeto Tonga Sustainable Economic Corridors and Urban Resilience (SECURE), que reúne cerca de 120 milhões de dólares em doações, o maior volume já financiado por parceiros de desenvolvimento no país, para reforçar o sistema viário, a drenagem urbana e a infraestrutura de água na área metropolitana de Nuku’alofa, incluindo a construção de uma ponte de aproximadamente 720 metros sobre a lagoa Fanga’uta para aliviar congestionamentos e criar rotas seguras de evacuação em caso de tsunamis e outros desastres. Os dois projetos inaugurais abrem caminho para uma carteira em preparação com cerca de 20 novas operações cofinanciadas em setores como infraestrutura, energia, agronegócio, saúde e proteção social, que poderão estender o modelo para além do Pacífico se os resultados confirmarem os ganhos de eficiência esperados.
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Data original da publicação: 04/12/2025
