O Banco Africano de Desenvolvimento aprovou uma estratégia de 1,78 bilhão de dólares para impulsionar, entre 2025 e 2030, o crescimento econômico, a geração de empregos e a diversificação produtiva na Namíbia.
Banco Africano mira transformação estrutural
O novo Plano Estratégico para o País (Country Strategy Paper, CSP) foi desenhado para apoiar uma transformação estrutural profunda da economia namibiana, considerada uma das mais desiguais do mundo. A iniciativa responde a desafios como desemprego juvenil acima de 40% e queda da renda média per capita, que recuou de 5.942 dólares em 2012 para 4.240 dólares em 2024. A combinação de investimentos em infraestrutura e capital humano busca reverter esse quadro e ampliar as oportunidades de inclusão econômica para jovens, mulheres e pequenos negócios.
De acordo com o AfDB, o CSP está alinhado com as prioridades estratégicas do próprio banco, com a Visão 2030 da Namíbia e com a Agenda 2063 da União Africana. A expectativa é que o plano ajude o país a reduzir a dependência de setores como mineração e agricultura, fortalecendo uma base produtiva mais diversificada e resiliente a choques externos. Ao mesmo tempo, a estratégia pretende reforçar a integração regional da Namíbia como plataforma logística e energética no sul do continente.
“Esta estratégia redefine a trajetória de desenvolvimento da Namíbia ao combinar infraestrutura estratégica e investimento em pessoas para sustentar um crescimento mais inclusivo e duradouro no país.”
Moono Mupotola, diretora-geral adjunta do Banco Africano de Desenvolvimento para a África Austral e gestora para a Namíbia
Infraestrutura, empregos e nova base produtiva
O primeiro pilar do CSP concentra-se em infraestrutura considerada crítica para competitividade e integração regional, com foco em transportes, energia e água. Estão previstas melhorias em rodovias e ferrovias para reduzir custos logísticos e consolidar a Namíbia como corredor de escoamento e hub de transporte para a África Austral, em conexão com a Zona de Livre-Comércio Continental Africana (AfCFTA). O plano também prioriza a expansão da capacidade de energias renováveis, o fortalecimento da rede elétrica e o apoio à ambição do país de se tornar referência continental em hidrogênio verde, além de ampliar o acesso à água potável e ao saneamento, sobretudo em áreas rurais.
O segundo pilar foca no desenvolvimento de capital humano, na formação profissional alinhada às demandas do mercado e no fortalecimento de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). A estratégia prevê programas de treinamento técnico e vocacional para preparar jovens para vagas em manufatura, logística, energias limpas e serviços digitais, além de medidas para ampliar o acesso das MPMEs a financiamento, consultoria de negócios e cadeias de valor regionais e globais. Há ainda uma ênfase específica na inclusão econômica das mulheres, estimulando sua participação em setores produtivos e empreendimentos de maior valor agregado. O novo ciclo se apoia em uma década de atuação prévia do AfDB no país, período em que o banco aportou cerca de 658,1 milhões de dólares em projetos como a expansão do Porto de Walvis Bay, modernização de ferrovias e apoio a 27 instituições de ensino em todas as 14 regiões, e terá suas primeiras operações lançadas a partir de 2026.
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Data original da publicação: 03/12/2025
