Chevron e parceiros investem US$ 2 bilhões em expansão do projeto Gorgon na Austrália

A unidade australiana da gigante energética americana Chevron anunciou, na sexta-feira, uma decisão de investimento crucial para a continuidade de suas operações de gás natural no país. Os parceiros do Joint Venture Gorgon aprovaram formalmente a aplicação de A$ 3 bilhões (aproximadamente US$ 2 bilhões) em uma expansão estratégica denominada Gorgon Estágio 3, localizada nas águas costeiras noroeste da Austrália Ocidental. A iniciativa representa um passo decisivo para manter a produção e garantir o abastecimento energético regional e global nos próximos anos.

Conexão de campos de gás para infraestrutura existente

O investimento aprovado permitirá conectar dois campos de gás offshore — denominados Geryon e Eurytion — à infraestrutura já consolidada no Projeto Gorgon, localizada na Ilha Barrow. A integração envolverá a perfuração de seis novos poços e a construção de sistemas de tubulações submarinas para transportar o gás natural dos campos offshore até as unidades de processamento já instaladas na região.

Este desenvolvimento caracteriza-se como um projeto de “preenchimento” (*backfill*), estratégia comum na indústria petrolífera que visa prolongar a vida útil de instalações de processamento mediante a exploração de depósitos adjacentes. O modelo otimiza os investimentos já realizados nas estruturas de Barrow Island, que funcionam como polo central da operação.

Impacto na segurança energética e nas exportações

Segundo Balaji Krishnamurthy, presidente da Chevron Australia, o projeto sustentará os níveis de produção do complexo Gorgon e garantirá o abastecimento confiável de gás natural para residências e indústrias da Austrália Ocidental a longo prazo. Simultaneamente, a operação mantém as exportações de gás natural liquefeito (liquefied natural gas, ou LNG) para clientes na Ásia.

O complexo Gorgon possui capacidade operacional de produzir 300 terajoules de gás por dia para o mercado da Austrália Ocidental e até 15,6 milhões de toneladas de GNL anualmente. Essa produção consolida a região como fornecedor estratégico em um mercado global aquecido pela demanda asiática por combustíveis mais limpos.

Composição acionária e estrutura do consórcio

O Projeto Gorgon, operado pela Chevron, integra um consórcio internacional robusto. A Chevron controla 47,33% do empreendimento, enquanto a Exxon Mobil e a Shell possuem 25% cada uma. Os parceiros japoneses — Osaka Gas e JERA — somam 1,25% e 0,417%, respectivamente. A empresa norte-americana MidOcean completa a estrutura acionária com 1% de participação. Os três principais operadores (Chevron, Exxon Mobil e Shell) concentram aproximadamente 97,3% da propriedade total.

Contexto estratégico da expansão

O Projeto Gorgon representa um dos maiores empreendimentos de gás natural liquefeito do mundo e constitui o maior projeto de exploração de recursos na história australiana. Desde o carregamento do primeiro carga de GNL em março de 2016 e do início do abastecimento doméstico em dezembro do mesmo ano, a operação consolidou-se como pilar da economia australiana. A aprovação de investimentos adicionais demonstra confiança dos operadores internacionais na viabilidade técnica e comercial de prolongar a vida produtiva além das previsões iniciais.

O desenvolvimento ocorre em momento em que a Austrália Ocidental solidifica sua posição global no mercado de energia. Dados governamentais indicam que a região respondeu por aproximadamente 12% da oferta mundial de GNL em 2024, reforçando a importância estratégica de manutenção e expansão da produção existente.

Perspectivas técnicas e regulatórias

A decisão de investimento final — formalmente denominada Final Investment Decision (FID) — representa a conclusão de fases extensas de avaliação técnica, análise financeira e negociações entre os sócios do consórcio. A aprovação confirma viabilidade de engenharia, rentabilidade econômica e conformidade com requisitos regulatórios australianos, incluindo a política de reserva doméstica de 15% que obriga projetos de GNL a dedicar parte significativa da produção ao mercado interno.


Texto elaborado de forma original, com base em informações de agências de notícias e veículos especializados, sem reprodução literal do conteúdo das matérias citadas.

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Data original da publicação: 05/12/2025

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