O distrito responsável pela superintendência da construção de um imenso sistema de portões na foz da Baía de Galveston — o projeto batizado de Ike Dike — anunciou esta semana a aprovação de contratos com duas empresas globais de engenharia para o desenho das estruturas de proteção. A iniciativa, que visa blindar a vulnerável região costeira do Texas contra a intensidade crescente dos furacões, avança com o detalhamento técnico de suas principais barreiras.
Contratos de engenharia definem próximos passos
A Jacobs ficará encarregada do projeto dos portões, enquanto a HDR desenvolverá o design das dunas e da restauração das praias. O valor dos contratos para esta fase inicial ainda não foi fixado, sendo que o trabalho será executado por meio de ordens de serviço específicas, conforme informou o porta-voz do Gulf Coast Protection District. O projeto, formalmente denominado Coastal Texas Project, preconiza um sistema elaborado de gates que permanecerão abertos para a navegação no Houston Ship Channel e serão fechados apenas quando aproximação de furacões ou grandes tempestades.
Origem e custos da megaestrutura de proteção
A concepção do Ike Dike remonta a 2008, quando o Furacão Ike causou devastação na Bolivar Peninsula com uma maré de tempestade de 4,5 a 6 metros. Desde então, o U.S. Army Corps of Engineers e a Texas General Land Office estudaram a viabilidade da obra, cujo custo foi estimado em quase US$ 35 bilhões em 2022. No entanto, devido à inflação e aumento de preços, os cálculos foram atualizados para até US$ 57 bilhões. O governo federal aprovou apenas US$ 500 mil até o momento, valor insuficiente diante de sua parcela de US$ 21 bilhões no orçamento total.
Impacto ambiental e críticas ao modelo de proteção
Grupos de defesa ambiental expressam preocupações significativas sobre os efeitos da megaestrutura no ecossistema da baía, temendo danos à vida marinha e restricção do fluxo hídrico. Kristen Schlemmer, da Bayou City Waterkeeper, defende que o distrito deveria priorizar soluções de menor escala e implementação mais rápida. Enquanto isso, Bob Stokes, presidente da Galveston Bay Foundation, considera o anúncio um passo adiante em um processo longo e caro, aguardando estudos detalhados sobre os impactos ambientais.
“Já vimos o que os furacões podem fazer, e o custo da inação é muito maior que o custo da proteção.”
Gulf Coast Protection District
Texto elaborado de forma original, com base em informações de agências de notícias e veículos especializados, sem reprodução literal do conteúdo das matérias citadas.
Fonte: https://www.texastribune.org/2025/12/04/texas-gulf-coast-protection-ike-dike-engineering-contracts/
Data original da publicação: 04/12/2025
